Realizar análise e monitoramento financeiro das empresas atualmente, tem sido uma tarefa árdua para os profissionais de finanças e crédito. Onde antes olhávamos os balanços para encontrar recebíveis, dívidas, lucros e perdas, hoje também consideramos o EBITDA, ciclo de conversão de caixa e indicadores não financeiros, como o ESG - ações positivas com relação as questões ambientais, sociais e de governança.
Neste artigo, examinaremos os principais indicadores para avaliar a saúde financeira dos seus parceiros clientes. É preciso mais do que números!
Indicadores básicos para acompanhar a saúde financeira de uma empresa
Basicamente, o KPI de referência é o EBITDA. Ele captura como o negócio está indo, sem considerar itens não recorrentes, impostos erráticos ou cargas de dívidas.
Além do EBITDA, observe:
- Receita: deve ser positiva. Mas em caso de crescimento muito rápido, lembre-se de que pode ser um financiamento.
- Margem de lucro líquido: quanto maior, melhor.
- Alavancagem (dívida líquida / EBITDA): normalmente deve ser inferior a 3 ou 4, mas também pode variar dependendo do setor.
- Liquidez: inclui dinheiro e linhas de crédito confirmadas.
- Relação dívida/patrimônio líquido: deve ser analisado no longo prazo.
E não se esqueça da Necessidade de Capital de Giro (NCG), que é o valor mínimo que uma empresa deve ter em caixa para manter o funcionamento das operações. É calculado como a diferença entre ativos de curto prazo e passivos de curto prazo.
No longo prazo, analise o patrimônio líquido, os índices dívida/patrimônio líquido e o perfil de vencimento da dívida. Em seguida, compare suas descobertas com a média do setor de atuação e você terá uma imagem da viabilidade financeira do seu parceiro ou cliente.
Em um nível prático, não seja muito rígido na forma como você julga os dados. Não existe proporção "boa" ou "ruim". Por exemplo, uma trading company geralmente opera com margens baixas e uma alta carga de dívida, levando a uma elevada relação dívida líquida/EBITDA. No entanto, essa dívida de curto prazo é lastreada em estoques e transações de compra/venda. Ao contrário, um grupo industrial contará com dívidas de longo prazo para manter suas máquinas e investir em equipamentos pesados.