O cenário esperado para o mercado brasileiro em 2019 começou a se materializar. As vendas no varejo estagnaram em fevereiro, a confiança caiu para níveis anteriores à eleição de Bolsonaro e a taxa de desocupação segue acima dos 12%. Quanto às industrias, embora a produção tenha recuperado em fevereiro (+0,7% MoM), esta apresentou queda em termos anuais pelo sexto mês consecutivo e a confiança das empresas enfraqueceu.
O cenário político (acusações de corrupção no governo de Bolsonaro, demissão de um ministro, discordâncias com o Presidente da Câmara) e as primeiras dificuldades no processo legislativo da reforma da previdência também fizeram com que o real seguisse uma tendência de desvalorização desde o final de janeiro, anulando quase todos os ganhos logrados no primeiro mês.
O mercado de ações está estabilizando após ultrapassar o limite de 100.000 pontos (estando agora em cerca de 96.000). Como resultado, ainda esperamos uma recuperação lenta (crescimento do PIB de +2% este ano) e negociações vagarosas e difíceis da reforma da previdência, que podem elevar os custos de empréstimo novamente.