As eleições europeias entre 23 e 26 de maio não apresentaram uma onda populista tão forte quanto em 2014. Partidos eurocéticos ganharam +2pp a mais, mas não conseguiram chegar aos 33,33% dos assentos, o que os caracterizaria como uma minoria com poder de veto. O partido Verde obteve um resultado mais forte do que o esperado.
No entanto, o resultado indica um parlamento europeu fragmentado e ao menos três partidos são necessários para formar uma coalizão, pela primeira vez em 40 anos, o que inaugura um novo ciclo político. Acreditamos que os partidos pró-Europa (EPP, S&D, ALDE&R, Verde) terão que cooperar muito mais para evitar impasses políticos nos próximos anos. O consenso político deve ser mais fácil em assuntos como poder de compra, previdência social, defesa e mudança climática, e um pouco mais lento no tocante a uma política industrial comum e um acordo de seguro desemprego.
Na nossa perspectiva, será difícil chegar a um consenso no próximo mandato quanto aos novos acordos de livre comércio, bem como à continuidade da integração financeira e fiscal (União de Mercados de Capitais, Seguro de Depósito Comum, Orçamento Central da Zona do Euro) e à expansão da UE. Os próximos passos serão as nomeações do Presidente da Comissão da UE e seus Comissários, que devem assumir o cargo no dia 01 de novembro.