Última atualização: setembro 2025
Nível de risco

Risco médio para as empresas
Pontos fortes e fracos

- Diversidade e qualidade de produção: Portugal produz uma grande variedade de bens agroalimentares de excelência – do vinho e azeite às frutas, hortícolas, pescado e conservas – reconhecidos e premiados internacionalmente. A marca “Portugal” ganha reputação lá fora, sustentando uma forte tradição exportadora.
- Inovação e tecnologia crescente: O setor tem demonstrado capacidade de adaptação tecnológica, com investimentos em digitalização, agricultura de precisão e novas técnicas que elevam a produtividade. Surgem polos de competitividade e clusters (vinho, conservas, laticínios, etc.) que fomentam a inovação e colaboram para ganhos de eficiência.
- Ligação regional e identidade: As produções agroalimentares estão enraizadas nas regiões (vinhos no Douro/Alentejo, azeite em Trás-os-Montes, fruta no Oeste, pesca no litoral, etc.), preservando saberes tradicionais e gerando valor local. Esta forte identidade regional, aliada a práticas sustentáveis em expansão (biológicos, denominações de origem), reforça a autenticidade e diferenciação dos produtos portugueses.
- Vocação exportadora: A crescente procura mundial por alimentos de qualidade e a preferência por produtos mediterrânicos têm beneficiado Portugal. O setor agroalimentar tem aumentado consistentemente as suas exportações – com destaque para vinhos, azeites e conservas – contribuindo para reduzir gradualmente o défice comercial do país.

- Dependência externa de matérias-primas: Grande parte dos cereais, oleaginosas e rações animais consumidos em Portugal é importada. Essa dependência expõe o setor a flutuações de preços internacionais e problemas de abastecimento, tornando-o vulnerável a choques externos.
- Fragmentação empresarial: Predominam micro e pequenas empresas familiares, tanto na agricultura como na indústria alimentar. A escala reduzida e menor capacidade de investimento limitam ganhos de produtividade e dificultam a modernização tecnológica em muitas explorações.
- Vulnerabilidade a custos e choques: O setor enfrenta custos de energia, combustíveis, fertilizantes e transporte historicamente elevados, pressionando as margens das empresas. Além disso, choques climáticos (secas, ondas de calor) e instabilidade nos mercados de commodities agravam a imprevisibilidade, sobretudo para os produtores com menor robustez financeira.
- Produtividade e inovação desiguais: Apesar de casos de excelência, a produtividade agrícola média em Portugal permanece abaixo da média europeia em vários subsetores. A adoção de novas tecnologias e formação nem sempre chega aos pequenos produtores, resultando em disparidades dentro do setor – com empresas altamente modernizadas a par de outras ainda pouco mecanizadas ou digitalizadas.
Visão global
O setor agroalimentar nacional mantém-se resiliente num cenário global desafiante.