Em épocas de turbulência, as famílias ficam mais avessas a riscos e podem evitar o consumo ou o investimento. Essas economias de precaução afetam a atividade econômica, mantendo-a a abaixo do potencial. Economias excessivas costumam não ser aplicadas a capital de longo prazo, sendo em vez disso depositadas em bancos.
Os bancos devem estreitar as condições de crédito e ficar relutantes quanto a novos empréstimos em momentos de crise. Durante o processo de desconfinamento, estimamos que o consumo privado continuará 10% a 15% abaixo dos níveis pré-isolamento, uma vez que esperamos que, em média, um terço dos trabalhadores em desemprego parcial poderão perder seus empregos.
Enquanto não houver uma vacina eficaz contra a Covid-19, os países continuam vulneráveis a novos surtos da pandemia, o que levaria a repetidas fases de isolamento e reabertura. A reação óbvia das famílias será intensificar as reservas, especialmente em países com níveis elevados de endividamento e escalada de desemprego (países nórdicos, Países Baixos, Reino Unido e, em menor medida, França, Bélgica, Espanha e Portugal, ver Figura 2).
Figura 2 – Parcela das famílias por tipo de propriedade imobiliária, em %