Esperamos que o PIB da zona do euro cresça +4,2% em 2021 e 2022, com um retorno aos níveis anteriores à crise no primeiro tri de 2022 - quase um ano após a recuperação dos EUA. No entanto, algumas nações, incluindo Espanha e Itália, só atingirão esse marco na virada de 2022/23.
A terceira onda de infecções da Covid-19 adiou a ressurreição econômica da Zona do Euro no primeiro tri de 2021, porém, já vemos um movimento de alinhamento das “estrelas econômicas” preparando o terreno para uma recuperação ainda este ano. Esperamos que a região registre algumas das mais fortes taxas de expansão trimestrais, devido ao recuo abrupto dos novos casos de Covid-19 e o progresso na frente de vacinação. A imunidade de rebanho deve ser alcançada no final do verão [do hemisfério norte] em todos os países da União Europeia (EU).
No segundo tri de 2021, esperamos um crescimento perto de +2% t/t, graças aos fortes efeitos de base nos setores que estão presos em uma hibernação econômica. A redução das incertezas, por sua vez, definirá o cenário para um boom de crescimento impulsionado pelo consumo na segunda metade do ano. Estimamos que a demanda reprimida na região esteja por volta de 1,5% do PIB e pode contribuir de forma relevante para a recuperação. Por último, mas não menos importante, a demanda interna receberá 750 bilhões de euros do Fundo de Recuperação da UE (o PIB deve ser aumentado em +1% em 2021, assumindo que não haverá atraso significativo no desembolso). Enquanto isso, a demanda de exportação contínua impulsionada pela recuperação chinesa e pelo crescimento do PIB dos EUA, superalimentado e induzido por estímulos, continuará contribuindo para o PIB nos próximos trimestres, à medida que o movimento de recuperação global se torna mais sincronizado.
Em paralelo, os formuladores de políticas continuarão a fazer “o que for preciso” para salvaguardar a recuperação e fortalecer o apoio público antes das eleições na Alemanha e na França. Medidas fiscais emblemáticas, incluindo esquemas de licença e garantias públicas, serão estendidas até o terceiro tri deste ano, enquanto o BCE continuará garantindo condições de financiamento atrativos durante a fase inicial da recuperação - mesmo com a probabilidade de a inflação da zona do euro ultrapassar 2,5% no segundo semestre.
Figura 01: Emprego em milhões, Zona do Euro vs EUA